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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Há muito que um livro não me prendia tanto. Mixed feelings. Ao longo da história fui sentindo o cansaço das filhas de Amy Chua, a tensão criada pela obsessão pela perfeição. Dá que pensar, e muito. Não penso educar filhos desta forma. Acho que se deve dar liberdade de escolha nas actividades extra-curriculares, por exemplo.Porquê obrigar uma criança a tocar violino quando ela gostava mesmo era de aprender a jogar ténis. Queremos o melhor para as nossas crianças, mas educá-las sem margem para falhar? Não será uma contradição para com a própria vida que tantas vezes nos tira o tapete sem querer?Por outro lado percebo que os devemos educar para o sucesso. O mais fácil é desistir, porque alcançar objectivos exige muito. A preguiça, o cansaço, a rotina e tantas outras coisas se interpõem. Acho que ninguém é brilhante sem muito trabalho, empenho e muita dedicação, horas de estudo e treino. Mas fazer disso uma quimera parece-me exagero. Por outro lado admiro o esforço desta mãe que acompanha as filhas no estudo apesar de ter uma exigente carreira profissional como professora universitária. Não pretendo com as minhas palavras chegar a uma conclusão. Apenas partilho ideias de um livro que merece a vossa atenção. Não sou mãe, não educo crianças no momento. Mas pensei em todas as vezes que desisti de um objectivo porque não fui persistente e obstinada em dose suficiente. Adoro escrever, por exemplo. Quantas ideias arrumadas na gaveta por preguiça em ser disciplinada e me obrigar a escrever. O livro fez-me recordar que para levar a bom porto um projecto, temos fases chatas, de obrigação, de disciplina, de muito trabalho árduo sem prazer. Porque a satisfação, em regra vem no fim. Primeiro estranha-se e depois entranha-se? Acho que se passa o mesmo quando começamos a correr. É tão difícil começar. Mas aos poucos torna-se uma necessidade. Mais alguém leu? Confesso que houve alturas em que o livro se torna aflitivo. Dá vontade de ir salvar as miudas da própria mãe. Se fosse o pai delas acho que não reagiria tão bem.
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